O primeiro a querer o combate a corrupção.
Em abril de 2015, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, anunciou, após reunião do diretório nacional da legenda, em São Paulo, que o partido estava dando mais um importante passo no combate a corrupção quando informou que o PT era o primeiro partido político do Brasil a decidir, por vontade própria, deixar de receber doações de empresas privadas, pois conforme mostrou a Operação Lava Jato, o evolvimento de empresas privadas em campanhas eleitorais tem sido o embrião de tanta corrupção no país.
“Ao mesmo tempo que lutamos pelo fim do financiamento empresarial, decidimos que os diretórios nacional, estaduais e municipais não mais receberão doações de empresas privadas”, Rui Falcão.
À época, Falcão disse ainda que o partido passaria a estudar novas formas de financiamento em substituição às doações de empresas privadas, parcela representativa da arrecadação de fundos da legenda. Entre essas formas, ele falou em ampliar as contribuições voluntárias individuais de filiados e simpatizantes.
De acordo com informações do próprio PT, de 2010 a 2013, as doações feitas por empresas investigadas na Lava Jato representaram 35% do total arrecadado pelo partido.
Na Contramão – Enquanto o PT lutava pelo fim da corrupção e mostrava o caminho para que outros avançassem nesse sentindo, os partidos de oposição seguiam na contramão do combate a corrupção.
A Câmara dos Deputados aprovou, no final do mês de maio, por 330 votos, uma emenda sugerida pelo líder do PRB, Celso Russomano (SP), incluindo na PEC da Reforma Política o financiamento de empresas a partidos políticos e doações de pessoas físicas a candidatos. Outros 141 deputados foram contra a emenda e um parlamentar se absteve. Foi uma vitória do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que queria colocar na Constituição a regra da doação privada. Cunha é alvo de denúncias de recebimento de propinas de US$ 5 milhões de empresa privada para campanha eleitoral.
Enquanto o PT já havia declarado ser 100% contra a doações de empresas privadas para as campanhas eleitorais, o principal líder da oposição, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) era contrário a proposta do PT e queria continuar recebendo doações de empresas privadas. Para o tucano, isso terá como resultado “restabelecer o caixa dois no Brasil”, ou seja, algo parecido com o aquilo que os tucanos mineiros conhecem bem, pois teria sido isso mesmo que ocorreu no ‘Mensalão Mineiro’ que até hoje não foi apurado.
Aécio tinha motivos para ficar preocupado com o assunto.
Os dados do TSE mostram que nas listas oficiais de contribuição da campanha de 2014, entre os maiores fornecedores da Petrobras, a vantagem para o candidato Aécio Neves (PSDB) foi de 26% a mais de que Dilma (PT).
No Tribunal Superior Eleitoral, a soma das empresas com interesse em fazer negócios com a Petrobras (entre elas Odebrecht, UTC, Queiroz e outros que aparecem na Operação Lava Jato) mostram que Dilma recebeu R$ 29.990.852, enquanto a campanha de Aécio Neves recebeu R$ 38.550.000. Fazendo as contas, Dilma recebeu R$ 8,5 milhões a menos de que Aécio Neves.
Senado aprova fim da doação de empresas em campanhas eleitorais
O sonho a oposição em continuar recebendo dinheiro de empresas para suas campanhas foi desfeito pelo plenário do Senado que aprovou, nesta quarta-feira (2), por 36 votos a 31, o fim do financiamento por empresas de campanhas de partidos. O texto-base do projeto, aprovado menos de uma hora antes, previa R$ 10 milhões de limite de doação de empresas a partidos políticos, sem incluir a doação a candidatos. O projeto da Câmara previa limite de doação a empresas de R$ 20 milhões.
Durante o debate, o líder do PSDB no Senado, senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), disse que não há “problema algum” em doação de empresas “desde que não haja extorsão”. “Eu já recebi doações de pessoas jurídicas, estão na minha prestação de contas. Nem por isso o meu mandato é meio mandato, é limitado, é vinculado, é tolhido”, afirmou o tucano que desejava continuar recebendo dinheiro de empresas envolvidas na Lava Jato e outras.
Já o vice de Aécio Neves (PSDB-MG) na campanha de 2014, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), alegava que “se nós proibirmos as doações de empresas, elas continuarão existindo por baixo do pano, e nós contribuiremos para criminalizar ainda mais a atividade política no nosso País”, disse o senador inconformado em deixar de receber as doações das empresas envolvidas na Lava Jato e outras.
O discursos da oposição, principalmente do PSDB – Aécio Neves, Cássio Cunha Lima e Aloysio Nunes – é de que se combater a corrupção que vem em forma de doações/propinas da empresas envolvidas na Lava Jato e outras, os partidos, incluindo o PSDB que tem o “Mensalão Mineiro” envolvido com a prática do caixa dois, buscaram outras formas de corrupção.
O discursos do PSDB deveria ser o de apoiar o fim das doações/propinas e buscar outras formas de como evitar outros tipos de práticas de corrupção, como o caixa dois que o PSDB já conhece bem. Será que o país deve deixar de combater um forma de corrupção só porque existe outras?
Vitória do PT, do Senado e do povo brasileiro.
E que venha mais formas de combater a corrupção nesse Brasil.
3 de setembro de 2015
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