terça-feira, 8 de setembro de 2015

Audiência discute Fechamento de leitos e serviços nos hospitais do estado PERNAMBUCO



Audiência discute fechamento de leitos e serviços nos hospitais do estado

Uma audiência marcada para a próxima sexta-feira vai discutir a situação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) que tiveram os plantões pediátricos fechados ou reduzidos e sobre a diminuição de oferta de serviços e leitos nos hospitais. O Ministério Público de Pernambuco (MPPW) agendou o encontro e convocou representantes da Secretaria Estadual de Saúde (SES), diretores das unidades de saúde e membros do Sindicato dos Médicos (Simepe), que denunciaram a crise no setor. A reunião será coordenada pela promotora de Saúde do MPPE, Ivana Botelho.
Na ocasião, o Simepe vai apresentar a lista de cortes sofridos pelo setor, como o fechamento de 30 leitos de ortopedia, uma enfermaria de cirurgia geral e uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital Miguel Arraes (HMA) ; fechamento de uma UTI no Hospital Getúlio Vargas (HGV); desativação da UTI coronareana, de 15 leitos de clínica médica e redução de 14 para cinco leitos de clínica cirúrgica e de 20 para 10 leitos de UTI adulto no Hospital Barão de Lucena (HBL); da UTI de neonatologia e dos plantões de ortopedia e de pediatria do Hospital Maria Lucinda.


Uma semana depois de o Governo de Pernambuco assegurar que serviços essenciais como saúde, segurança e educação não seriam atingidos pelo cenário de grave recessão nacional, a redação doDiario também recebeu de um grupo de médicos, esta lista de problemas que mostram o contrário. Os profissionais denunciam fechamentos de leitos de urgência, emergência e UTI em unidades como os hospitais Miguel Arraes, Getúlio Vargas, Agamenom Magalhães, Barão de Lucena e Maria Lucinda, redução drástica em horários de atendimento, além de demissões em massa.


Procurada pela reportagem, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) respondeu as denúncias através de nota oficial, onde reconheceu a existência dos problemas e adiantou que vem buscando soluções para reverter o quadro. A secretaria, no entanto, minimizou alguns cenários, garantindo, por exemplo, que as unidades que tiveram os horários de atendimento reduzidos passaram por um estudo de viabilidade da medida. “Algumas unidades tiveram os serviços reduzidos em horários onde não havia demanda suficiente para justificar a manutenção e custeio da equipe. No entanto, nestes casos, a decisão só foi tomada após o mapeamento da rede, com a garantia de serviços que absorvam eventuais necessidades”, destacou a nota.


Para outros casos, porém, a secretaria preferiu transferir sua responsabilidade. “O fechamento temporário de alguns leitos, dos hospitais da rede, ocorreu devido à dificuldade de pessoal para atuar no setor, mas já vem trabalhando no sentido de solucionar o caso”, descreveu, sem fornecer maiores detalhes.


Vale ressaltar que na nota, a secretaria não estipula qualquer prazo ou solução prática para os problemas, adotando um discurso genérico para a maioria das questões. “Já sobre o Hospital Ulysses Pernambucano, a SES informa que vem dialogando com os órgãos de classe sobre a situação da unidade e, na última segunda-feira (31/08), participou de uma reunião com representantes do Cremepe, Simepe e médicos do serviço a fim de discutir um plano de ação de melhorias do serviço e qualificação da rede de atenção à saúde mental no Estado”, descreveu.
Confira a lista de problemas entregue ao Diario pelo grupo de médicos:
- 30 leitos de ortopedia do Hospital Miguel Arraes fechados;
- Enfermaria de Cirurgia Geral do Miguel Arraes fechada;
- UTI 3 do Miguel Arraes fechada;
- UTI 2 do Hospital Getúlio Vargas fechada;
- UTI coronariana do Hospital Agamenon Magalhães fechada;
- 15 leitos da clínica médica do Barão de Lucena fechados;
- UTI de neonatologia do Maria Lucinda fechada;
- Plantão noturno de ortopedia do Maria Lucinda encerrado;
- 3/4 dos ortopedistas do Maria Lucinda, inclusive, foram demitidos;
- Plantão noturno da pediatria do Maria Lucinda encerrado;
- Metade das pediatras da noite também foram demitidas;
- Plantões noturnos de ortopedia de várias upas fechados com demissões dos funcionários;
- UPA-E de Garanhuns suspendeu atendimentos;
- Suspenso plantão noturno da radiologia do Miguel Arraes;
- Pediatras da UPA do Cabo demitidos;
- Todos os pediatras da UPA da Imbiribeira do plantão noturno demitidos;
- CRM interditou a Tamarineira;
- UPAs trabalhando com sistema de cotas: 30 atendimentos por dia. 


iNFORMAÇÃO: diariodepernambuco.com.br





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