Câmara insiste em unidade
De agenda marcada em Brasília com a presidente Dilma, o governador Paulo Câmara (PSB) insiste no discurso de pedir que legenda se una em torno dos interesses nacionais, deixando de lado as questões políticas e partidárias. "O que tenho colocado para a presidente e nossa bancada é que precisamos nos unir para reunir condições a fim de que o Brasil volte a funcionar. É um desafio muito grande e nós temos que ter sensibilidade neste momento”, diz, com ar de preocupação diante da crise, que é gravíssima, no seu entender.
Assim como os governadores do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), e da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), Câmara integra a ala moderada do PSB e defende que o partido mantenha uma postura independente, não engrossando a bancada de oposição como deseja parte da bancada.
Na semana passada, com o anúncio feito pelo presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, de que o PSB está prestes a integrar a bancada de oposição à presidente Dilma, além de apoiar um eventual pedido de impeachment que chegue à Câmara Federal, o governador chegou a afirmar que não aceitaria que a legenda fizesse uma oposição irresponsável.
Parte do posicionamento, porém, está ligado às necessidades dos Estados em obter mais recursos, que minguaram significativamente após os cortes no Orçamento Geral da União, realizados em razão do ajuste fiscal do Governo Federal. Na reunião de hoje, Câmara também pretende apresentar pleitos comuns aos Estados, como a liberação de operações de créditos para obras nas áreas hídrica e de saúde.
"Vamos procurar ouvi-la e trazer sugestões. Vou aproveitar para levar a pauta que acho importante tanto para o Nordeste como para o Brasil. Tem a questão das operações de crédito que ela já sinalizou para 2016. Queremos discutir recursos hídricos. Já que tudo indica que vamos para o quinto ano de seca em 2016, e saúde, que hoje é o desafio de qualquer governante", afirmou, ao antecipar a pauta que discutirá ao longo da audiência com a presidente da República.
SANÇÃO– De volta ao Brasil, a presidente Dilma deve sancionar e publicar no Diário Oficial da União hoje a minirreforma política, que vem causando tensão e ansiedade na base governista, que esperava que a sanção fosse publicada na última segunda-feira, o que não ocorreu. Para os aliados da presidente, o mais importante é garantir a sanção da chamada “janela eleitoral'', um dos pontos da minirreforma –que permite troca de partido sem perda de mandato. Pelo projeto, o prazo de filiação foi reduzido de um ano para seis meses, já a partir das eleições municipais.
Briga familiar – Em Gravatá, onde lancei meu livro ontem, a eleição de 2016 passou a ter um componente familiar: o presidente da Câmara, Pedro Martiniano, anunciou rompimento com o seu irmão, o prefeito Bruno Martiniano. Numa carta em que tornou pública na Gravatá FM, emissora do empresário João Machado, deixou claro que sua decisão nada tinha de pessoal. “Lamento muito o meu rompimento com o prefeito, mas as tradições familiares me levam a tomar um rumo diferente no campo político e administrativo”, disse, no texto.
Opção pragmática– A opção do grupo do ex-governador João Lyra Neto, que está deixando o PSB pelo PSDB, se deu não apenas pela identidade e afinidade política, mas também pelo pragmatismo: estando num partido grande e estruturado como a legenda tucana, a deputada Raquel Lyra, provável candidata à prefeita, terá um bom tempo assegurado na propaganda eleitoral. Se optasse pela Rede de Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva, que nasce sem tempo na TV nem fundo partidário, as dificuldades seriam maiores, porque Caruaru tem três redes de televisão.
A facada do PMDB – Para atender às reivindicações do vice-presidente Michel Temer e da bancada do PMDB na Câmara, a presidente Dilma deve entregar ao seu principal aliado sete ministérios na reforma administrativa que deve ser anunciada nos próximos dias. Entre as pastas que devem passar para o comando dos peemedebistas está o cobiçado Ministério da Saúde. Além da Saúde, a petista sinalizou que um deputado do partido iria chefiar o Ministério da Infraestrutura, pasta que seria criada com a fusão de Transportes, Portos e Aviação Civil.
Canoa furada– Depois de Luiz Eustáquio, que ingressou na Rede de Sustentabilidade, o que se ouve na Câmara do Recife é que o próximo parlamentar petista a abandonar o barco é Henrique Leite, também de paquera firme com o partido de Marina Silva. Vem a ser irmão do ex-deputado Sérgio Leite, que perdeu as eleições para prefeito de Paulista e anda magoado com caciques do PT e desapontado com os rumos do partido.
CURTAS
NA REDE– Desfiliada do PSOL, a ex-senadora e atual vereadora por Maceió Heloisa Helena se filiou na sexta-feira passada ao partido Rede Sustentabilidade, que ajudou a criar com a ex-senadora Marina Silva. A informação foi confirmada pela assessoria de comunicação da vereadora. Candidata à Presidência da República pelo PSOL em 2006, ela foi a terceira mais votada, com 6.575.393 votos nominais.
Informação Blog do Magno
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